por: Marília Spressola
Jornal do Ônibus - Ribeirão Preto
“Batatais ainda é estância turística? Batatais quer seus patrimônios?, indaga a arquiteta e conselheira do COMPHAC - Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural - de Batatais, Alessandra Baltazar.
Apesar de ter sido elevada a condição de Estância Turística em 1994, Batatais não possui imóvel tombado. Em dezembro de 2009, foi demolido um casarão na Rua Santos Dumont no município. O motivo foi à construção de uma unidade da Loja Cem.
Matriz de Batatais também precisa ser tombada
Após ter recebido uma denuncia de que a casa será patrimônio histórico e estaria situada numa área de interesse de conservação, a promotoria decidiu embargar a obra. Os fatos dividiram opiniões e acarretaram pressões ao conselho, à prefeitura e à loja. A comunidade se mostrou a favor da obra com justificativas de progresso. Foi nesse contexto que Alessandra se questionou.
Para a vice-presidente do Conppac, Lílian Rosa, a cultura deve ser protagonista na vida da sociedade. “Há que se compreender que não só a economia e a política ditam as regras da convivência social”.
A preservação de um bem se dá pelo interesse da coletividade. “A coletividade precisa se reconhecer no seu passado até se compreender como parte das praticas sociais existentes”. A vice-presidente diz que o ser humano precisa apreender a olhar o passado com dinamismo e consciência de que este faz parte do seu presente, através de um processo educativo. “O que devemos apreender é isso: partir todo dia do dia anterior. Pra não ficar reescrevendo as mesmas coisas o tempo todo e sim partir das experiências que a gente tem. Essa é a importância da preservação”.
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